O odor suspeito da esquerda
A cara balofa, pastosa, a barba por
fazer,o cabelo oleoso, o aspecto de dois ou três banhos atrasados do
festivo Michael Moore ratificam o que vários pensadores libertários já
disseram:embora as intenções das pessoas de esquerda sejam em princípio
mais louváveis que as de direita, a companhia destas últimas ainda é
preferível.Pessoas de direita são, no geral, mais asseadinhas, mais
gentis no trato pessoal,a conversa delas é mais agradável e tomam
banho todo dia.
Na verdade esta dicotomia esquerda–direita só
permanece mesmo no campo estético.Ambas nunca foram tão parecidas,
parecendo convergir para um centro indefinível, onde poucas diferenças
se mantém, com certo prejuízo da esquerda.Reparem:a ideologia morreu,
sucumbiu ante o peso do pragmatismo das questões administrativas.O
discurso esquerdista ainda permanece mais bem intencionado, mas as
políticas de direita mostram-se mais eficientes e eficazes.O inchaço da
máquina estatal fez com que conservadores e libertários concordassem
amplamente no que diz respeito à redução do estado (se não concordam no
mérito, concordam na prática.Alguém contesta?).
O resquício das boas intenções da esquerda estão se
diluindo em puerilidade, quando não resvalam no ridículo mesmo.A
pusilanimidadde disfarçada de tolerância,que permite que tratemos com
doçura terroristas assassinos, o viés antropológico que nivela Bach à
Amado batista são alguns pontos que confirmam o caráter esdrúxulo de
certo pensamento das esquerdas.
A esquerda é hoje como um executivo enrustido,
vestido de Giorgio Armani, que usa brinco no nariz e cabelo rosa-choque,
indeciso entre a elegância e o exótico, como alguém que tivesse
vergonha da própria elegância e sobriedade e buscasse desesperadamente
um certo estilo anti-convencional, moderno, sem saber direito o que é
isto.O resultado é uma espécie de Drag Queen de gravata e mocassins, um
Frankenstein hamletiano.
Não é o caso de abandonar os temas sociais e
adotar o cinismo e a indiferença como estilo de vida.Mas uma coisa é
certa:esteticamente a esquerda fracassou.A direita é cínica e nefasta em
certa medida, mas seu cinismo contrasta com a ingenuidade e certo mau
gosto mesmo da esquerda, que confunde humanismo com
cafonice.Explico:preocupar-se com a fome na Etiópia não significa
vestir-se como um guerreiro Zambule, nem trocar Wagner por tambores e
berimbaus;interessar-se pela cultura indígena não significa nivelar a
vida dos nambiquaras à dos filósofos da grécia antiga, muito menos se
vestir como um pajé de Shopping center.
Enfim, moral da história:é louvável e necessário
estar ao lado dos interesses dos desfavorecidos, mas também é preciso
tomar banho.Todo dia.