2005-05-14 14:42:00

       
  

Um certo andar

Minhas raízes eu prendo ao vento
minhas origens se revelam em sendo
me crio na projeção de um verbo particípio contínuo
em uma constante em busca de sentidos dispersos
 
Deixo ao léu o legado de quem sou ou seria
não há sombra estática que me prenda a mim mesmo
minha alforria é minha morte que me espreita iminente
minha descrição objetiva é o do esboço de meu futuro cadáver
 
Não deixo rastros. Apenas intenções enviesadas
falsas pegadas logo apagadas por recorrentes recontruções
Desbravo o caminho inverso da busca de mim mesmo
qual feto que volta ao aconchego do útero materno
e reencontra o conforto de um nada atávico
 
Nada ainda não foi o que achei.
Permaneço à caça de vazios
que transbordam de quase tudo.
Quase nada foi o que me revelou
todo este processo.
 
Me esforço no não reconhecimento de nomes familiares
que me prendam a uma forçosa e redundante linha reta.
Meu caminho é uma tangente com os olhos virados para cima
Fuga, dirão?Não, apenas um caminhar mais de acordo às circunstâncias
Um desafino descompassado cartesianamenmte calculado.

  

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