No soy loco por ti, America
Latino americanos reclamam sempre
dos estereótipos que o primeiro mundo lhes inflinge.Mas a nhaca é que
quase sempre o estereótipo cabe perfeitamente.Estereótipo vendido, ou
melhor dizendo, dado de graça ao resto do mundo.
A América Latina é o paraíso do populismo.Tem para
todos os gostos e vêm em todos os matizes e formas.Agora mesmo, por
exemplo, se instituiu o populismo racial, nascido da eleição de Evo
Morales na Bolívia.Troncudo e carrancudo, Morales, como o nosso Lula,
não tem plano de governo, é desarticulado e propagandeia uma política
estatizante, ‘’contra lo imperialismo’’, mas é uma belezura de ícone,
pois é índio.Bem,dizem as más línguas que é mestiço, como noventa por
cento dos latino-americanos.Mas que importa?Se o homem parece índio, é o
que vale, não? Com esta superioridade étnica, que importância faz ou
não um plano de governo?
No Chile a também recém eleita Michele bachelet bateu
o pezinho e proclamou que metade de seu ministério será composto por
mulheres.Resta saber se o quesito ‘’competência’’ estaria mais ou menos
emparelhado com o populismo de gênero sexual da senhora em questão.
Mesmo na Argentina, o discreto Néstor Kirschner não
faz frente ao maior ativista político de país:Diego Armando Maradona.Com
o exemplar quociente intelectual de um jogador de futebol, diegiuito
brinca de embaixada com Fidel Castro e faz par romântico com seu ídolo
maior, o presidente da Venezuela, o célebre Hugo Chávez.O romantismo
aqui diz respeito àquela utopia ideológica Bolivariana, de conquista de
liberdades do povo latino americano-liberdade a toque de golpe militar,
diga-se.Porque los latinos são muito viris, por supuesto. dieguito
acompanhou recentemente seu ídolo Chávez em um comício contra a Alca,
contra os EUA, contra Bush, contra o imperalismo e contra sei lá mais o
que, em que Hugo dava saltinhos e dizia palavras de baixo calão em
ofensa aos imperalistas.Tudo muito romântico mas tudo muito viril,
claro.No melhor estilo do populismo militar e revolucionário.
Resta, entre tantos outros exemplos do salutar
populismo latino americano, o nosso Lula, profundo admirador de todos
estes aqui mencionados.Lula não é índio, não foi militar, não joga
futebol(ou joga mal), não é mulher.Mas foi pobre, virtude mais que
divina dentre todas as escalas do populismo.Lula é o epítome sorridente
do populismo social.Disse recentemente que não tem cara de zona sul
carioca, que prefere a periferia.Deve ter dito entre um trago ou outro
de um charuto cubano ou um gole de Romanée-conti, seu vinho
favorito(5000 dólares a garrafa), a bordo de seu aerolula.Mas claro:suas
raízes sócio-político-culturais, e diria até intelectuais, estão no
gosto peculiar pelo frango com polenta acompanhado por uma cachacinha.
E assim vai se construindo o famigerado preconceito-ou seria conceito mesmo?- do que seria o perfeito idiota latino americano.