2006-01-20 21:19:00

       
  

Território

Meu corpo minha pátria
solo infértil de incerteza
chão oblíquo
onde repousam meus cansaços
 
estrangeiro de mim mesmo
exilado de minhas raízes
busco tatear minha sombra
busco na projeção de minha matéria duvidosa
o contorno de minhas fronteiras movediças
o traço involuntariamente imposto(nem tanto)
do meu estado soberano democracia estilhaçada
por vontades desejos convicções fragmentadas
desconjuntura coesa conquistada por avessos e preguiça
 
o consolo da chegada antes da partida
idéia alentadora de terras países continentes a desbravar
mas a lembrança imemorial de um meridiano circular
 
o país é o mesmo
a terra a mesma
o universo o mesmo
as diferenças as mesmas
o infinito sempre o mesmo
 
E contemplo meus pés quase entediado.
 

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