2007-11-07 14:38:00

       
  

Da beleza: baixas acepções

Beleza torta, turva, velada nos extertores do instinto

Beleza infame, calcada na vergonha da necessidade

sublime da sublimação da falta

 

que se alimenta da fome canhestra

do torpor de um ilusório fim de sentido

 

que se arrasta aos solavancos, em desesperada busca

de chão movediço que resvale num resto de horizonte

 

Beleza paga, vendida nas quitandas dos desvios de caráter

comprada aos pés da apoteose da carência

 

que morre na epifania da contemplação da culpa

que renasce no vazio tátil da imagem refletida

 

Beleza inútil, nula,que adorna os desvãos do nada.