Da beleza: baixas acepções
Beleza torta, turva, velada nos extertores do instinto
Beleza infame, calcada na vergonha da necessidade
sublime da sublimação da falta
que se alimenta da fome canhestra
do torpor de um ilusório fim de sentido
que se arrasta aos solavancos, em desesperada busca
de chão movediço que resvale num resto de horizonte
Beleza paga, vendida nas quitandas dos desvios de caráter
comprada aos pés da apoteose da carência
que morre na epifania da contemplação da culpa
que renasce no vazio tátil da imagem refletida
Beleza inútil, nula,que adorna os desvãos do nada.