Não basta
Te tocar não basta
Necessito sorver o tempo
que te habita
colando à minha sombra
tua eternidade fabricada
Te reter não basta
Quero antes escalpelar tua alma
entranhando nosso desejo
abaixo de nossa pele univitelina
confluindo nosso afeto
em uma só carne incestuosa
Não me bastas tu
mas a camada além
que reveste o reflexo
do teu corpo recomposto
no fluxo da memória
no refluxo do esquecimento
Não nos bastamos
mas para dentro de nossa incompletude
nos mesclamos em diáfano desencaixe imperfeito.