Contradições coerentes e inconclusivas
Nada sobrevive ao tempo
senão o íntimo desejo
da permanência do afeto
Nada sobrevive ao tempo
senão a irrealidade corpórea
do desejo de um fim
Sobreviverá o tempo, indiferente ao desejo,
qual invenção humana
na contagem dos despojos
da perda do eterno
inaugurada pela consciência
Morrerá o tempo, complacente ao desejo,
qual invenção humana
na contagem dos ganhos
da criação da consciência
Reviverá o afeto,
qual realidade humana
reinaugurando o desejo
da restauração do tempo
Tudo sobreviverá ao humano
que subsiste à sua perene sobrevivência reinventada.