2008-11-30 02:12:00

       
  

Nada menos

Nada
menos que nada:
aquém da possibilidade do silêncio
matura esta ínfima morte cotidiana
escoando nos póros, valas abertas
de um projeto inacabado de solidão


menos que só:
a companhia da pele nodosa
e seus despojos de sangue e mágoa
ressoando sombras de descaminhos
na treva esmaecida da memória do amanhã
onde refulge esta luz negra
que ilumina toda palavra

Agora, já não mais:
nada, menos que nada
à espera de algo menos
que esta paz angustiante
que sufoca tudo mais.