2011-10-06 10:58:00

       
  

Soneto indolente

Espero furtivamente, lânguido
por um milagre que não aconteça
por uma graça que me esqueça
ao pé da arte do descuido

Desespero a ânsia de um fato
pela ação do sono voluntário
ao infame despertar necessário
à póstuma comunicação de um ato

Exaspero a intenção de um desejo
emoldurando a foz de uma quimera
em vielas ao curso de um varejo

Sobrevivo atemporal ao fracasso
deitado a ansiar a espera
por outra utopia em descompasso.