Ignorância
Não se sabe tempo o tempo que medimos
perdas e ganhos desmedidos pela ignorância da sorte
Não se sabe amor o amor que criamos
para compensar a desmedida que valemos
Não se veem os olhos com que adornamos
a imagem da criação que não entendemos
porém tentamos
Não se furtam as coisas de existirem
embora não se saibam e se ofereçam
ao nosso olhar e interpretação
em sua complacente doação sem causa
Assim não nos sabemos
e nos tentamos e nos doamos
com causa forçada, sem mérito
e nos criamos pela entrega
à nossa ignorância calculada.