Multiverso
E daí, pergunto a ninguém,
se o universo é indiferente ao destino humano?
Por vingança involuntária, quem concebe
galáxias, estrelas, planetas, buracos negros e vazios,
sentimentos e sensações que povoam visões,
lugares e criações
é minha consciência
Se morro, durmo
ou mesmo tiro os olhos da lua
(ou minha boca da sua)
para cortar as unhas,
deixa de existir o universo
(e tudo mais ou algo menos)
como espaço tátil e intocável
como conceito fácil e inalcançável
que se transforma
em desolado parque de diversões
que o defina em sua infinitude
sem público
E daí, pergunto indiferente à indiferença,
se à margem de mim mesmo
me questiona -além do que não vejo,
além do que não sei-
aquilo que me sabe e toca?