2013-06-23 15:06:00

       
  

Revolta

Revolta-se em mim
o que incita o que não sei
e que me oprime
por onde não me sabem
Revolve-se em mim
minha ignorância
maculada pelo toque do instinto
de saber-se consciente
Não vejo por onde me esmagam
mas minha carne trespassada clama
pela compreensão do que a dilacera
e grita
pela ferida exposta
o berro desesperado pela espera
de um sentido
que justifique ao menos
a falta que me fere
que justifique ao menos
a dor ausente
do que ou quem escalpela minha voz
distante e esmaecida
por ecos de silêncio forçado
Pulsa e repulsa em mim
o grunhido expectorado pelos cantos
de meu cadáver sobrevivo
que ressuscita e dança ao som dissonante
da revolta viva
contra minha morte cotidiana.