2015-01-07 13:10:00

       
  

Ventre

Por entre muros espio a fuga
que se move à espreita de abrigo
Movem-se os muros
acompanhando os passos
de seus fugitivos,confinados
até o outro lado da esfera
Remove-se o chão,
embalando a gravidade
que me mantém preso
ao equilíbrio
de me saber de pé
Ao alto, ri-se o céu
de seu forçoso limite
a olho nu que veste o engano
Fecho os olhos e enxergo o infinito
que não alcanço
e que me atravessa, incorpora
e me guarda em sua zelosa prisão.