Nem é dor
é algo menor – e pior:
a calma estática de um vazio
que se toca e me devora
Não é o mal que dilacera
É o médio que me aflora:
o meio termo
dos sorrisos estéreis
que se riem
do deslugar que estão
do nada que são
e se abençoam
maldizendo
toda palavra nova
É o gozo do circo sem pão
que vomita sua miséria
na fome da bactéria:
o cair suspenso
do heroísmo brotado
na vilania de uma ação
o despercebido herói
infenso
ao sentido do irmão
É um querer algo
que por se querer prazer
se assemelhe à dor:
como flor que desaflora
esperando pela raiz
que a implora.