A eterna mordida na fome da maçã
tem mais sabor
que o gosto da fruta
que se consome
na boca breve
que engole
a espera do prazer.
O beijo adiado
saboreia a volúpia
da fome de sua espera
que se esgota
na morte provisória
que aguarda seu encontro.
A morte devora
aos poucos
um corpo que a abriga:
um corpo
que come vida em espera
pela fome de algo além
que saboreia a dor
que a conserva
eterna.