Fui fiel a uma promessa que me traiu.
A promessa tinha corpo, ideal
formato de uma coisa
que eu nomeei.
O nome não se colou à coisa,
o corpo mudou-se com o tempo
o tempo desnudou o falso ideal
que eu colei ao corpo da coisa.
Fui fiel a um nome que criei
para criar a minha fidelidade
à traição permanente das coisas.
Hoje, tento ser fiel a mim mesmo
e me traio conscientemente
como coisa a quem colaram nome, ideal
e corpo que se transforma
ao sabor do desejo de quem não me define.
Sou fiel a uma promessa que me trai.