Um momento é eterno
na medida que a memória
o reconstrói sem jamais o tocar
traindo sua morte provisória.
Uma foto é eterna
na medida que a imagem paralisada
não se toca
não se deixa tocar
como momento morto
que ressuscita sempre
na eternidade fabricada
de uma ausência sempre presente;
de uma ausência contemplada
na fome eterna de uma presença
que escorre pelas mãos que tateiam
o desenho de uma falta
que se agarra aos olhos.