Poder

Nada pode uma criança
contra a mão violenta
que lhe avança.
Nada pode a esperança
do homem que estende a mão
ao desejo da mulher-
que não lhe alcança.
Nada pode a mulher
contra seu desejo no reflexo
do espelho
que não a quer.
Nada pode – homem ou mulher
contra a estúpida mão
de quem lhe esmaga
contra a frágil mão
da criança que lhe afaga.
Nada quer o tempo:
apenas observa a criança
a cultivar no vento
o poder de sua esperança.

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