Do ponto

Do ponto onde espetam teu dedo não enxergas
alguém sendo espancado
Alguém esfaimado
Do ponto onde contemplas
a chaga à tua vaidade
não vês um suicídio a teu lado.
Do ponto onde saboreias tua ofensa
centrada na mágoa
do teu dedo acusador
Perdido na tua ridícula dor
Não enxergas a misericórdia do amor:

Mísero sofredor, aponta teu dedo inquisidor
Pra todo canto onde houver maior dor .
engole tua mínima ofensa.
Engole este unguento :
enfia teu dedo na despensa
e entregas teu corpo como alimento
a uma dor mais imensa .

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