Caminhamos.
A passos cautelosos
avançamos no passado
para chegar a algum lugar ausente –
perto do presente.
Caminha-se:
porque o lugar de chegada
se esgota
no ideal fabricado
de sua imobilidade.
Caminha-se.
Porque nunca se chega.
Porque as chegadas se esgotam
pelos passos que as caminham.
Porque os lugares se mudam
pelos caminhantes que os movem.
Caminhamos
por entre passos passados
ora mortos
que traçam um futuro revisitado.
Caminhamos
mesmo parados
o agora escapado.