Há uma parede invisível
em cada toque
que impede a fusão dos corpos.
Há um limite em cada corpo
que proclama a sua unidade
que proclama sua solidão.
Há na beleza algo de inacessível
a quem a engole pelo olhar
que não se sente.
No sexo, a tentativa exasperada
de invasão do inacessível
de agressão à beleza intocável
de assassinato da porta nunca aberta.
Na ausência, a fusão pelo toque consumado
na distância que acaricia a vontade perfeita
de união com um outro.
Há em cada abandono
uma parede derrubada
que impele
à fusão dos toques.
Eu nada sou
sem aquilo que tento
e jamais conseguirei tocar.