2006-02-12 17:30:00

       
  

Meu bem, meu mal

Muito em voga hoje em dia o discurso
acadêmico e pretensamente sofisticado de que não existe uma disputa de
bem e mal ou de que estes dois conceitos estariam diluídos entre
fluências, fragmentos em todos os aspectos de uma disputa, de um debate
ou sabe-se o que lá mais.Tudo muito redondinho no discurso, mas
abstração tem limite.Quando um bando de milhares de pessoas se coloca a
matar gente e destruir embaixadas porque ofenderam uma determinada
religião com ‘’charges’’, ainda será possível alguém levantar a bandeira
do ‘’relativismo entre bem e mal’’ , que diz que toda cultura
tem seu valor específico e que não existe uma cultura melhor que a
outra?

O islamismo , em sua essência , é baseado em
conceitos medievais, praticamente não adaptáveis às conquistas do mundo
moderno.O cristianismo e o judaísmo também têm lá seus
conservadorismos esquisitos, mas nem por isto  cristãos ou
judeus saem matando gente e atirando pedras porque fizeram alguma
caricatura de Jesus Cristo ou de David.Sim, cristãos matavam gente
nas cruzadas na idade média e judeus não foram muito com a cara de Jesus
quando vivo, mas estes tempos já passaram, e o cristianismo e o
judaísmo se adaptaram- mal ou bem- às nuanças da modernidade.Aos
trancos e barrancos, cristãos e judeus-principalmente cristãos, que eram
mais pretensiosinhos- aprenderam o valor da tolerância religiosa, o
que não é o caso de enormes segmentos do islamismo.

Existem também os cristãos e judeus amalucados e
conservadores mas ao menos eles são mais discretos e guardam para si
sua psicose embutida.O que também não é o caso dos senhores extremistas
muçulmanos que saem por aí querendo que todos engulam sua verdade
religiosa à fórceps.Faltam a estes senhores psicóticos duas virtudes
eminentemente ocidentais:a tolerância e o senso de humor.

Não se trata aqui de culpar uma religião pelos
atentados que ora muçulmanos fanáticos inflingem ao mundo
ocidental.Aliás, ironicamente, ponto crucial é que parte da culpa
pelo horror que vem acontecendo recai justamente sobre o exagero de
discursos relativistas ocidentais de equiparação absoluta de valores
culturais entre os povos, eliminando justamente conceitos como bem e
mal. Ora,embora muitas vezes diluídos em determinadas circunstâncias,
bem e mal aparecem de maneira muito clara exatamente na maioria das
circunstâncias.Como, por exemplo, agora, quando um monte de doidos de
pedra(literalmente) ameaçam despedaçar a liberdade de expressão.E este
mal visível, escandalosamente visível, é, enviesadamente, ratificado
pelo discurso torto de que mal e bem são
sempre relativos.Aliás, a característica maior do mal é se esconder
em intermitências, ambiguidades e na imbecilidade travestida de
inteligência.Neste sentido, relativizando o concreto, pode-se dizer que
o ocidente, com seus excessos no discurso sobre
tolerância, forneceu as bases do sofisma apreendido pelos islâmicos
fanáticos.Estes descobriram na tolerância ocidental um sinal de
fraqueza.’’Já que os ocidentais nos toleram tanto e com tanta paixão,
vamos atacá-los, ora…’’,devem pensar.Disse sofisma? Talvez nem tanto.É
sutileza intelectual ocidental demais para este grupo de islâmicos
doentes.É covardia e primitivismo mesmo.

E chegamos aqui à origem do mal: a
ignorância.Ignorância de alguns(alguns inúmeros, diga-se) muçulmanos
primitivos e a ignorância ou ingenuidade latente de alguns acadêmicos
que, sem perceberem, encorajam a fúria do primitivismo.Para estes
últimos , talvez fosse interessante que ministrassem uma aula de
relativismo antropológico em Teerã, dizendo que bem e mal são
absolutamente relativos.Seria bastante interessante, ainda mais
levando-se em conta de que a maioria destes acadêmicos(principalmente os
antropólogos) já parecem uma caricatura viva de maomé…

 

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