Esfinge revisitada

Ninguém sabia
o que ela pensava
ou sentia .
Nem ela se pensava.
E se ria
do que
nem sequer
sabia se sentia .
Não se preocupava
em se decifrar
porque se devorava
no que de si se escondia .
Comia tudo
que não compreendia .
Talvez a exclamação
de seu segredo
fosse a dúvida
que a quem a amava
respondia .
Sua beleza óbvia
que sua sombra revelava
que sua pessoa
de si mesma
a escondia
também a devorava
na solidão de sua orgia .

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