A solidão berra em silêncio um nome
já esquecido ou ainda nem conhecido
a fim de povoar a multidão de desencontros
que se apresentam em cada aglomeração
de sombras . sombras de expectativas
sombras de cadáveres vivos que se arrastam
na memória de um amanhã adiado
sombras vivas de carne e osso
que tentamos tocar
e que desaparecem ao esboço
da tentativa de alguma luz.
Da festa de silêncios povoada
em meu quarto
Da festa de silêncios povoada
na balada genocida
de diálogos desencontrados
escuto a tua voz também solitária
que pela esperança de uma tentativa
de toque , vomite alguma luz.
Sós , entrelaçamos nossas solidões
sem sequer nos vermos
sem sequer nos conhecermos
Sós , somos muitos , somos todos
somos a esperança da fusão
de nossos corpos apartados.
Nós entrelaçados
apartados
de nós mesmos.