Nenhum adeus é eterno

Nenhum adeus é eterno.
Tudo acaba cotidianamente
Tudo morre cotidianamente
pra retornar de outra forma
Pra ressuscitar de outra forma:
Morre teu desejo pra retornar
em amor maduro sem cálculo
Morre teu amor pra retornar
em ilusão calculada de ressurreição.,
Se vai provisoriamente quem sai
pra comprar cigarros e nunca volta
pra morar no desespero tácito
da esperança de um adeus.
Nenhum adeus é eterno.
Tudo dura da dúvida
do que sentes
do que deixaste de sentir
do que aprendeste
com teu sentimento confuso
do que aprendeste do sentimento maduro
da dor de uma perda – sempre provisória
tatuada na carne de tua memória
que se transforma em sentido.
Tu te acabas a cada dia
Te despedes a cada dia
a que e a quem querias
te despedes a cada dia
a quem tu eras
permanecendo sempre
à espreita
de um reencontro consigo.
Há sempre um outro à sua espera
dentro e fora de Você mesmo.
Tua eternidade sem adeus
dura pelo tempo
em que te acostumas
a conviver com a perda inexistente
com a morte inexistente
na tua eterna renovação
na tua cotidiana ressureição.

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